Revista Científica Novas Configurações – Diálogos Plurais
http://www.dialogosplurais.periodikos.com.br/article/doi/10.4322/2675-4177.2020.021
Revista Científica Novas Configurações – Diálogos Plurais
Artigo de Revisão

Alterações neuropsicológicas do estresse: contribuições da neuropsicologia  

Marinalva de Souza Teixeira Silva 1, Cláudia Regina de Oliveira Vaz Torres 2

Downloads: 74
Views: 4843

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar as contribuições da Neuropsicologia para um maior entendimento do estresse. A Neuropsicologia como área da Psicologia e das Neurociências investiga as relações entre o sistema nervoso central (SNC), o funcionamento cognitivo e o comportamento tem oferecido importantes contribuições aos estudos sobre estresse.  Nesse sentido, perguntamos como o estresse pode comprometer os fatores psicossociais do trabalho e ocasionar doenças e falha na capacidade de proteger o indivíduo? O estudo constituiu-se numa revisão da literatura sobre o tema. Foram utilizadas as bases de dados Scielo, BVS-Psi, BDOT (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações), Google Acadêmico e Periódicos Capes. Os descritores utilizados foram: Neuropsicologia, Neurociências e Estresse. O levantamento inicial foi de 28 textos, divididos em 16 artigos científicos, sendo descartados os estudos que que não abordaram o tema e artigos publicados em línguas estrangeiras. O estresse, então, pode ser pensado como um produto do ambiente (pressões e coerções sociais) que gera efeitos psicológicos e físicos importantes e causa alterações nas funções executivas, memória, atenção, psicomotricidade e rebaixamento cognitivo de forma geral.

 

Palavras-chave

Neuropsicologia; Burnout em professores; Alterações neuropsicológicas; Estresse.

Referências

ADMON, R.; LUBIN, G.; STERN, O.; ROSENBERG, K.; SEL, L.; BEN-AMI, H.;

HENDLER, T. Human vulnerability to stress depends on amygdala’s predisposition

and hippocampal plasticity. Neuroscience, v. 106, n. 33, p. 14120–14125, 2009.

 ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos mentais- DSM-5. Trad. Maria Inês Corrêa Nascimento et al. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

 BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

 BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

 BALLONE, G. J.; MOURA. E. C. Depressão na adolescência. 2008. Disponível em: <http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idN oticia=129>.

 BAPTISTA, M.N. (2004). Depressão: Histórico, Epidemiologia, Fatores de Risco e Modelos Integrativos. Em: BAPTISTA, M.N. Suicídio e Depressão: Atualizações (pp.35-49) Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

 BRAGA, D.T. Funcionamento neuropsicológico no transtorno obsessivo compulsivo e resposta à terapia cognitivo-comportamental em grupo. 2011, 155f. Tese (Doutorado em Psiquiatria) – Faculdade de Medicina. Universidade federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, 2011. Disponível em: <http:www.lume.ufrgs.br/handle/10183/35092? locale=pt_BR>. Acesso em: 3 nov. 2015.

 BRASIL. Decreto nº. 3.048, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 28 de junho de 2020.

 BRASIL. Decreto nº. 6042/07, de 12 de fevereiro de 2007. Altera o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de maio de 1999, disciplina a aplicação, acompanhamento e avaliação do Fator Acidentário de Prevenção - FAP e do Nexo Técnico Epidemiológico, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6042.htm. Acesso em: 28 de junho de 2020.

 BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1339/GM. Em 18 de novembro de 1999.

conforme consta na Portaria nº 1339/99.

 CAMELO, S. H. H.; ANGERAMI, E. L. S. Sintomas de estresse em trabalhadores

de cinco núcleos de Saúde da Família. Rev. Latino-Am. Enfermagem. [online].

Jan./Feb. 2004, vol.12, no.1, p.14-21. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

11692004000100003&lng=en&nrm=iso.

 CANOVA, K. R.; PORTO, J. B. O impacto dos valores organizacionais no estresse ocupacional: um estudo com professores de ensino médio. Revista de Administração Mackenzie (Mackenzie Management Review), v. 11, n. 5, p. 5-31, 2010.

 CARLOTTO, M. S. A síndrome de Burnout e o trabalho docente. Psicologia em Estudo, Maringá, v.7, n. 1, p. 21-29 jan/jun, 2002.

 CARLOTTO, M. S., Gobbi, M. D. Síndrome de Burnout: Um problema do indivíduo ou do seu contexto de trabalho? Revista Aletheia. N, 10, p. 103 – 114, (1999).

 CARLOTTO, M. S.; PALAZZO, L. S. Síndrome de Burnout e fatores associados: um estudo epidemiológico com professores. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, 22(5): 1017-1026, mai., 2006.

 Ciências Biológicas e de Saúde. Unit | Alagoas | v. 4 | n. 2 | p. 31-46 | Novembro 2017|periodicos. set.edu.brCadernos de Graduação| 43GIL, R. Neuropsicologia. 4.ed. São Paulo: Santos, 2014. p.1-3.

 CODO, W. (org). Educação: carinho e trabalho. Petrópolis: Vozes. 1999

 CUNHA, J.A. O ABC da avaliação neuropsicológica. In: CUNHA, J.A.Psicodiagnóstico V. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. pp. 45-60.

 DEJOURS, C. O fator humano. Rio de Janeiro, RJ: Editora da Fundação Getulio Vargas, 2005. 

 ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. Bauru: EDUSC. 1999.

 FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e trabalho: guia básico com abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas, 1997.

 FONTENELLE, L.F.; FREITAS, G.R. As doenças do cérebro e da mente. In: LENT, R.(Org.). Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016, p.311.

 FOUCAULT, M. Dits et écrits. Paris: Gallimard, 1994. 4 v

 FOUCAULT, M.  História da loucura na idade clássica. São Paulo: Perspectiva, 2012.

 ______. Escritos IV: Estratégia, Poder-saber. Rio de janeiro, Forense Universitária, 2010.

 ______. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: Ditos & Escritos V: Ética, Sexualidade, Política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004c.

 ______. Ordem do discurso (A). Edições Loyola, 1996.

 ______. História da sexualidade II — o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1994.    

 ______. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.  

 FRANÇA, A. C. L.; RODRIGUES, A. L. Stress e Trabalho: Uma abordagem psicossomática. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.

 FUENTES, D. et al. Neuropsicologia: Teoria e Prática. Artmed Editora, 2014.

 FURUCHO, N. Y. Diagnóstico de vulnerabilidade ao estresse laboral: um estudo de caso com profissionais da saúde, 2016. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade Metodista de Piracicaba. Piracicaba, SP: Unimep, 2016.

 GADELHA, Sylvio. Biopolítica, Governamentalidade e Educação: introdução e

conexões a partir de Michel Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

 GASPARINI, S. M.; BARRETO, S. M.; ASSUNÇÃO, A. A. O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde. Educ. Pesqui.  v. 31, n. 2, 2005, pp. 189-199.

 GAVIN, R. J. Depressão, estresse e ansiedade: um enfoque sobre a saúde mental do trabalhador. Dissertação (Mestrado em Ciências, Programa de Enfermagem Psiquiátrica) Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, SP: EERP, 2013.

 HOPPEN, N.H.F. A neurociências no Brasil de 2006 a 2013, indexada na webof Science: produção científica, colaboração e impacto. 2014, 163f. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Informação) – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: <www.lume.Comunicaçãoe Informação>. Acesso em: 28 jul. 2015.

 JACQUES, M. da G. C. Abordagens teóricometodológicas em saúde/doença mental e trabalho. Psicologia & Sociedade, 15(1), 97-116, 2003.

 LIMONGI, A. C. F.; RODRIGUES, A. L.. Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2001. 

 LIPP, M. E. N. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco. Campinas, SP: Papiros, 1996.

 LIPP, M. E. N.; MALAGRIS, L. E. N. Manejo do estresse. In: RANGE, B. (Org.), Psicoterapia comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas (pp.279-292). Campinas: Ed. Psy II, 1995.

 LIPP, M. E. N. (ORG.) O Stress no Brasil: pesquisas avançadas. Campinas: Papirus, 2004.

 LIPP, M. E. N.; MALAGRIS, L. E. N. O stress emocional e seu tratamento. In: RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapias cognitivo comportamentais. Rio de Janeiro: Artmed. 2001.

 LIPP, M. E. N. (ORG.) Sentimentos que causam stress: como lidar com eles. Campinas: Papirus, 2009.

 MARGIS, Regina et al . Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Rev.

psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre , v. 25, supl. 1, p. 65-74, 2003 . Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-81082003000400008&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 28 de junho de 2020.

 MALLOY-DINIZ, L. T. et al. Neuropsicologia: aplicações clínicas. Porto Alegre, Artmed, 2016.

 MATOS, T. M. Influência de indicadores biológicos e psicológicos do estresse no declínio subjetivo da memória. Dissertação (mestrado) – Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2017.

 MARX, K. Processo de Trabalho e Processo de Valorização. In: MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro I, Vol. 1. São Paulo: Boitempo, 2013.

 MINAYO-GOMEZ, C.; THEDIM-COSTA, S. M. F. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 13(Supl. 2):21-32, 1997.

 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10: Classificação Estatística Internacional de Doenças. Vol. 1. Edusp, 1994.

 REINHOLD, H. H. Stress ocupacional do professor. Em M. E. N. Lipp (Org.), Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco (pp. 169-194). Campinas, SP: Papirus, 1996.

 ROSSI, A. M.; PERREWÉ, P. L.; SAUTER, S. L. (Org.) Stress e qualidade de vida no trabalho: perspectivas atuais da saúde ocupacional. São Paulo, SP: Atlas, 2008.

 SAPOLSKY, R. M. Stress hormones: Good and bad. Neurobiology of Disease, 7(5), 2000. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2015000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em:

 SANTOS, F. H.; ANDRADE, V. M.; BUENO, O. F. A. Neuropsicologia hoje. 2 ed. Artmed Editora, 2015.

 SELYE, H. The stress of life. New York, McGrawHill, 1965.

 SILVA, Erika. Efeitos do estresse crônico em áreas do cérebro. Revista Eletrônica da Estácio Recife, v. 1, n. 1 2015.

 SOUZA, V. S. S. Estresse ocupacional e trabalho docente, 2014. Disponível em:

<http://www.unitau.br/files/arquivos/category_154/MPH1487_1427392935.pdf>

 VALLE, L. E. L. R. Estresse e distúrbios do sono no desempenho de professores: saúde mental no trabalho. Tese (Doutorado em Psicologia). Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP: USP, 2011.

 VARELLA, Drauzio. Doenças e sintomas: síndrome de Burnout. 2014. Disponível em: . Acesso em: 02 abr. 2014.

 VIEIRA, I. Conceito (s) de Burnout: questões atuais da pesquisa e a contribuição da clínica. Revista brasileira de Saúde ocupacional, v. 35, n. 122, p. 269-276, 2010.

 ZANELLI, J. C. Estresse nas organizações de trabalho: Compreensão e intervenção baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2010.

 ZUARDI, A. W. Fisiologia do estresse e sua influência na saúde. São Paulo: USP, Departamento de Neurociências e ciência do comportamento; 2010.


Submetido em:
12/07/2020

Aceito em:
26/08/2020

5f485bd60e8825f74f6f9412 dialogosplurais Articles
Links & Downloads

RCNCD-Plurais - Qualis C (2017-2020)

Share this page
Page Sections